Após a aprovação de sua indicação ao Supremo Tribunal Federal, o pastor André Mendonça afirmou que, como ministro, tem nas mãos o desafio de ajudar a construir “uma grande nação” e que entende a responsabilidade de representar os evangélicos na Corte.
A projeção atual é que os evangélicos somem 40% da população brasileira, fato que torna ainda mais sensata a ideia de que esse segmento da sociedade seja representado, simbolicamente, na Corte mais alta do país.
“Queria agradecer a todos os brasileiros que intercederam por mim. A primeira reação foi dar glórias a Deus por essa vitória. É um passo para um homem, mas, na história dos evangélicos do Brasil, é um salto. Um passo para o homem, um salto para os evangélicos. Responsabilidade muito grande. Uma nação em que 40% da sua população, hoje, é representada no Supremo Tribunal Federal”, disse o novo ministro.
A referência ao primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, veio acompanhada de uma declaração sobre suas obrigações daqui para a frente: “Nós não somos melhores do que ninguém, mas também não somos piores. Nós queremos dizer ao povo brasileiro que o povo evangélico tem ajudado esse país e que quer continuar ajudando. Vamos trabalhar e fazer desse país uma grande nação”, acrescentou.
“Assumi vários compromissos no dia de hoje. Compromissos com a minha nação. Não tem nada mais gratificante para mim do que servir ao meu povo. Como eu disse na sabatina, eu não sou perfeito, eu não sou o melhor, eu não sou mais inteligente, mas eu acredito que, com persistência, com resiliência, com dignidade, respeitando as pessoas, você é capaz de transformar a sua própria realidade e a realidade do seu povo”, finalizou o novo ministro do STF, segundo informações do R7.
A vingança de Alcolumbre
O senador presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), grande responsável pelos quase cinco meses de espera para o agendamento da sabatina de Mendonça, estaria trabalhando para descobrir o nome de nove senadores que, em sua visão, o teriam traído ao aprovar a indicação.
Segundo informações da jornalista Naira Trindade, do jornal O Globo, Alcolumbre “começa a juntar as peças do tabuleiro para identificar os nove votos de senadores que traíram sua confiança e ajudaram a aprovar o candidato ‘terrivelmente evangélico’ no plenário do Senado”.
“Até minutos antes de abrir o placar, o senador do Amapá estava convicto de que teria 41 dos 79 votos e, assim, iria impor uma derrota ao ex-advogado geral da União. Mas, o Mendonça conseguiu 47 dos 79 votos. Alcolumbre obteve 32 para derrotá-lo. Na votação secreta, nove senadores traíram (ao menos é a palavra usada por ele) a sua confiança.
Quem conhece Davi Alcolumbre aposta que ele trabalhará arduamente para identificar os ‘traidores’”, resumiu a jornalista.
Parte da retaliação do senador amapaense pode ser feita através da pauta da Comissão de Constituição e Justiça, valendo-se do mesmo expediente usado contra André Mendonça: travando projetos importantes no colegiado.