Uma campanha publicitária do banco Bradesco vem causando polêmica nas redes sociais por repetir a mesma metodologia de outras empresas que abraçaram a militância progressista: usar crianças para relativizar a ideologia de gênero.

No comercial mais recente do Bradesco, chamado “Roda dos Porquês”, em determinado trecho uma criança pergunta “por que menino não pode gostar de princesa?”.

O texto, meticulosamente escrito, faz referência à defesa conservadora de exemplos apropriados para cada sexo durante a infância, numa tentativa de constranger e denotar ignorância e opressão a quem se opõe ao que vem a seguir: “Deixe o coração falar”.

A ideia de que a biologia não deve ser um fator preponderante na formação das crianças, mas sim, uma “construção social da identidade”, é defendida pelos mais radicais adeptos da ideologia de gênero.

O questionamento, solto em meio a outros “por quês”, precede outra pergunta de cunho ativista: “Por que só passa futebol de homem na tevê?”, diz uma menina, tornando evidente o aceno do banco ao movimento feminista, que elegeu o esporte mais popular do país como a bandeira mais recente para cobrar “igualdade”, ignorando a maior regra do consumo: demanda.

O comercial segue permeado por pequenos signos que acenam ao “politicamente correto”, com uma menina questionando “por quê?” com o punho cerrado, um símbolo adotado pelo movimento Black Lives Matter, mas originalmente usado para identificar grupos marxistas e comunistas.

No canal do banco no YouTube, usuários da plataforma reprovaram a campanha: A pergunta tá no ar, quem é que vai fazer? Por que o Bradesco tem lucros altíssimos e ainda assim deve para o governo? Por quê?”, questionou um dos internautas.

“Patrocina o futebol feminino Bradesco, assim fica menos hipócrita”, escreveu outra usuária do YouTube.

‘Ataque à família’

O sociólogo Thiago Cortês comentou a iniciativa do Bradesco para o GospelMais, contextualizando a origem desse ativismo de grandes corporações, como o próprio banco, a rede de fast-food Burger King, a Natura e até mesmo a marca de sabão em pó Omo.

Para Cortês, a reprovação de grande parte da sociedade não será suficiente para interromper essa prática, pois há um contexto mais amplo de planejamento: “Muitas pessoas ainda se espantam quando veem grandes corporações e bancos – instituições que vivem do lucro – adotando causas e identidades abertamente progressistas. Mas há motivos financeiros pra isso”.

Essas empresas se aproveitam, segundo Cortês, da guerra de classes promovida pelas diferentes alas da esquerda: “A campanha do Bradesco se insere no cenário histórico do empoderamento financeiro de minorias a partir dos anos 1980, quando grandes empresas americanas começaram a cortejar minorias”, recapitulou.

“Com a expansão do mercado de franquias pelo Ocidente, nos anos 80 em diante, foi detectado que os homossexuais representavam um nicho de consumidores confiáveis e de alto padrão. Essa é a razão mais imediata pela qual campanhas como essa surgem periodicamente, levantando causas que são ligadas à militância da esquerda identitária, e que acabam financiadas por grandes capitalistas”, acrescentou.

A improvável aliança entre capitalismo e ativistas de esquerda, formando uma “parceria militante”, tem como “razão mais profunda um ataque continuado a um inimigo em comum, a família”, apontou o sociólogo.

“Uma sociedade atomizada permite que grandes grupos reprogramem todos os papeis sociais. E tivemos uma amostra disso na pandemia. A melhor maneira de fazer é isso é focando nas crianças, que são mais vulneráveis. Capitalistas e progressistas querem desconstruir a família para transformar a sociedade em uma massa atomizada”, alertou Cortês.

“Isso explica o fato pelo qual que grandes fundações – como a Lemann, a Ford e a Open Society, de George Soros – financiam o movimento abortista/ feminista no mundo todo, inclusive no Brasil”, finalizou.


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