Jerusalém tem sido palco de semanas de agitação e violência em nível não visto havia anos, em uma nova escalada de tensões entre palestinos e forças de segurança israelenses que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos.
Na noite desta terça (11/5, no horário local), o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, disse ter disparado mais de 130 foguetes em direção à cidade israelense de Tel Aviv, em reação a um ataque aéreo perpetrado por Israel que, segundo as autoridades locais, destruiu uma torre residencial palestina. O edifício de 13 andares havia acabado de ser evacuado quando foi atingido.
"Vamos cumprir nossa promessa de lançar um ataque massivo de foguetes contra Tel Aviv e seus subúrbios, em resposta ao ataque inimigo contra torres residenciais", diz comunicado do Hamas enviado à agência Reuters.
Desde segunda-feira (10/5), os militantes já haviam disparado mais de 400 foguetes contra Israel, matando dois israelenses. Na noite desta terça, o jornal Haaretz afirmou que um terceiro israelense foi morto pelos ataques palestinos.
Israel, por sua vez, afirmou ter atingido 150 alvos em Gaza. Autoridades de saúde calculam que houve ao menos 28 palestinos mortos, incluindo ao menos nove crianças.
Israel afirma que 15 integrantes do grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, estão entre os mortos.
A comunidade internacional instou os dois lados a interromper a escalada do conflito, que se segue a dias de confrontos em Jerusalém.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que o Hamas deve encerrar os ataques com foguetes "imediatamente", acrescentando: "Todos os lados precisam diminuir a escalada".
A porta-voz da Casa Branca Jen Psaki disse que o presidente dos EUA, Joe Biden, está seriamente preocupado com a violência.
Mas o premiê Benjamin Netanyahu defendeu a ação "com grande força" de Israel, afirmando que o grupo Hamas "atravessou uma linha vermelha".
Os mais recentes confrontos em Jerusalém ocorreram na segunda-feira em frente à mesquita de Al Aqsa, na cidade velha. Palestinos atiraram pedras na polícia de choque israelense, que disparou balas de borracha e gás lacrimogêneo.
O Crescente Vermelho Palestino (movimento humanitário semelhante à Cruz Vermelha) disse na segunda-feira que mais de 300 palestinos haviam sido feridos pela manhã.
A força policial israelense disse que 21 policiais ficaram feridos, três dos quais necessitaram de tratamento hospitalar.
Esses são os piores confrontos desse tipo em Jerusalém desde 2017, alimentados em grande parte por uma tentativa de colonos judeus de reivindicar a posse de casas de famílias palestinas em Jerusalém Oriental anexada a Israel. Esse imbróglio sobre as casas vem se arrastando há anos na justiça.