A província de Shandong, na China, proíbe a transmissão de áudios e vídeos de sermões e pregações em reuniões e cultos online. A revelação foi feita através de um relatório divulgado pela entidade China Aid, que monitora a liberdade religiosa no país comunista.

A Associação Patriótica Tripla e o Conselho Cristão da cidade de Qingdao publicaram um aviso em 29 de janeiro que se refere ao banimento da transmissão ao vivo e a publicação de áudios/vídeos dos cultos de pregação na província de Shandong.

No começo de fevereiro, um aviso para proibir os cristãos na província de Shandong de transmitir atividades cristãs online foi emitido pelo Departamento de Trabalho da Frente Unida. A mesma medida já havia sido implementada na província de Zhejiang.

O aviso afirmava claramente que os grupos deveriam seguir as políticas governamentais sobre a regulamentação da segurança da opinião pública na internet, especialmente no setor cristão.

De acordo com informações do portal Christianity Daily, para evitar a exploração de atividades missionárias na internet, o governo proibiu todas as publicações de pregações em vídeo/áudio no período pós pandemia, de acordo com a entidade International Christian Concern (ICC).

As autoridades de Qingdao afirmam que o banimento de todas as igrejas e reuniões cristãs, incluindo a suspensão de todas as atividades da igreja, foi devido ao último surto de COVID-19 em várias regiões, e a imposição de medidas mais rígidas para combater a propagação do vírus.

O projeto de “Medidas para a administração de serviços de informação na Internet” foi lançado em setembro de 2018 pela Administração Estatal da China para Assuntos Religiosos.

O texto afirma que “[nenhuma] organização ou indivíduo está autorizado a [produzir] transmissões ao vivo por meio de textos, fotos, áudios e vídeos na internet, etc., incluindo a redação de textos religiosos, cultos, missas, batismos e atividades religiosas”.

Monitoramento

A fase inicial dessa proibição começou em 2018, quando plataformas de internet e salas de bate-papo teriam recebido avisos para o uso de palavras religiosas consideradas “sensíveis”, como “amém” e “Jesus”.

Também em 23 de fevereiro do ano passado, as autoridades chinesas notificaram os cristãos que interrompessem suas atividades de pregação ao vivo na Internet, bem como de reuniões e serviços privados.

O nível de controle do governo é tão grande que, embora o documento tenha mencionado há “consideração apropriada [das] crenças e sentimentos dos crentes”, funcionários do governo seriam os responsáveis por guiar os fiéis “ativamente sobre outras maneiras [de praticarem sua fé] sem se reunirem”.

Nada foi declarado sobre quais métodos poderiam ser usados para “guiar os cristãos” enquanto estiverem sob restrições.

Liberdade religiosa

Cristãos em todo o mundo, incluindo na China, estão juntando esforços para combater a disseminação do novo coronavírus, cooperando e seguindo protocolos sanitários que incluem a limitação de pessoas nos templos. Em muitos lugares, os fiéis suspenderam as reuniões regulares na igreja e, em vez disso, passaram a pregar ao vivo na internet para evitar a propagação do vírus.

Apesar da cooperação dos cristãos chineses com os protocolos, o Departamento de Trabalho da Frente Unida em Shandong resolveram adicionar mais e mais restrições às suas atividades religiosas, proibindo as transmissões dos cultos.

Como o cristianismo continua a florescer na China, o governo comunista está impondo medidas novas e mais rígidas para reprimir a propagação do Evangelho, o que explica a proibição da transmissão de pregações em áudio e vídeo online, uma vez que é mais fácil para os cristãos e buscadores acessar sermões do igreja com o uso da internet.